segunda-feira, 2 de maio de 2011

O QUE ROLA PELO BRASIL!


 MEC aprova livros com críticas a FHC e elogios a Lula
FOLHA DE S.PAULO

Livros aprovados pelo MEC criticam FHC e elogiam LulaLivros didáticos aprovados pelo MEC (Ministério da Educação) para alunos do ensino fundamental trazem críticas ao governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e elogios à gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Uma das exigências do MEC para aprovar os livros é que não haja doutrinação política nas obras utilizadas. O livro "História e Vida Integrada", por exemplo, enumera problemas do governo FHC (1995-2002), como crise cambial e apagão, e traz críticas às privatizações.

Já o item "Tudo pela reeleição" cita denúncias de compra de votos no Congresso para a aprovação da emenda que permitiu a recondução do tucano à Presidência. O fim da gestão FHC aparece no tópico "Um projeto não concluído", que lista dados negativos do governo tucano. Por fim, diz que "um aspecto pode ser levantado como positivo", citando melhorias na educação e a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Já em relação ao governo Lula (2003-2010), o livro cita a "festa popular" da posse e diz que o petista "inovou no estilo de governar" ao criar o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social.O escândalo do mensalão é citado ao lado de uma série de dados positivos.

Ao explicar a eleição de FHC, o livro "História em Documentos" afirma que foi resultado do sucesso do Plano Real e acrescenta: "Mas decorreu também da aliança do presidente com políticos conservadores das elites". Um quadro explica o papel dos aliados do tucano na sustentação da ditadura militar. Quando o assunto é o governo Lula, a autora – que à Folha disse ter sido imparcial – inicia com a luta do PT contra a ditadura e apenas cita que o partido fez "concessões" ao fazer "alianças com partidos adversários".

Ministério da Educação diz que adota critérios técnicos para aprovar obrasO Ministério da Educação não comentou o tratamento dado a FHC e Lula nos livros. Em nota, listou os critérios técnicos que usa para aprovar os livros, como o que veta obras que "fizerem doutrinação religiosa ou política". A autora Joelza Ester Rodrigues, do livro "História em Documento", da editora FTD, afirmou que seu livro é imparcial.

Ela disse que detalhou as alianças com "conservadores" só no caso de FHC porque o contexto do livro deixa pressuposto que os "partidos adversários" aos quais o PT se aliou também eram conservadores. A Abril Educação, que controla as editoras Ática e Scipione, afirmou, por meio da assessoria de imprensa, que tem uma "política voltada à pluralidade de seus autores e à independência e excelência editoriais".

O professor Claudino Piletti, coautor do livro "História e Vida Integrada", da editora Ática, concorda que sua obra é mais favorável ao governo Lula. "Não tem o que contestar", afirmou. Ele disse que é responsável pela parte de história geral da obra e que a história do Brasil ficou a cargo de seu irmão, Nelson Piletti, que está na Itália e não foi encontrado pela reportagem.

SNI viu elo entre Dilma e grupo armado após anistiaA principal agência de espionagem da ditadura militar (1964-1985) ligou a presidente Dilma Rousseff a uma organização de esquerda com atuação em vários países da América Latina num relatório produzido pouco depois da promulgação da Lei da Anistia, em 1979. O informe foi distribuído pelo antigo SNI (Serviço Nacional de Informações) no fim de 1980 e inclui Dilma entre os participantes de uma reunião que teria sido realizada pela JCR (Junta de Coordenação Revolucionária) em novembro daquele ano, no município de Registro (SP).

Um resumo do relatório consta de uma certidão emitida em 2000 pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência) a pedido de Dilma, que usou o documento num processo que lhe assegurou uma indenização de R$ 22 mil do Estado de São Paulo pela tortura que sofreu como presa política na ditadura. Nos anos 70, Dilma participou de dois grupos de esquerda que pegaram em armas para combater a ditadura, o Colina (Comando de Libertação Nacional) e a VAR-Palmares. Ela nega ter participado de ações armadas.

Presidente diz que desconhece organizaçãoA assessoria do Palácio do Planalto contestou o relatório do SNI que inclui a presidente Dilma Rousseff entre os participantes de uma reunião da Junta de Coordenação Revolucionária, em 1979. "Temos a informar que a presidenta não participou da referida reunião de Registro (1979) e desconhece a organização citada", afirmou.

Inflação terá pico durante disputa salarialHá apenas oito meses, os metalúrgicos do ABC paulista comemoravam o maior ganho de sua história de disputas salariais. O reajuste obtido, de 10,8%, significava um aumento do poder de compra de 6,3%. Caso queiram – e possam – repetir o feito neste ano, os representantes da categoria terão de pleitear em quatro meses, quando voltarão às negociações com seus empregadores, aumento muito maior, acima de 14%.

Segundo as projeções mais consensuais do governo e do setor privado, a presente escalada da inflação atingirá seu pico justamente quando corporações mais numerosas e influentes no sindicalismo nacional estarão em campanha. Se o 1º de maio é simbólico, o 1º de setembro é concreto para os trabalhadores do país. Trata-se da data-base de metalúrgicos, bancários e petroleiros, para citar apenas os mais importantes e referenciais para as demais categorias profissionais.

Neste ano, a continuidade da trajetória de ganhos salariais – iniciada em 2004 e com recorde em 2010 – entrará em choque com a política anti-inflacionária da administração petista. Em outras palavras, quanto maior for o sucesso das campanhas salariais, mais difícil será o esperado retorno dos índices de inflação aos patamares desejados a partir do fim deste ano. Pelas estimativas de investidores e analistas de mercado pesquisadas pelo Banco Central, o INPC, índice que normalmente baliza negociações, e o IPCA, referência para metas oficiais, chegarão a 7,4% no período de 12 meses encerrado em agosto. Se as previsões se confirmarem, será a maior taxa para o período desde 2003, no primeiro ano de mandato do ex-metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva, quando a maior parte das negociações salariais foi incapaz de repor as perdas acumuladas.

Para PT, não há risco real de escalada inflacionáriaNum momento em que a condução da política econômica divide o governo, o PT divulgou uma resolução em que afirma que o controle da inflação não pode impor sacrifício ao desenvolvimento social do país. Aprovado ontem pelo Diretório Nacional do partido, o documento diz que os riscos de uma escalada inflacionária são "mais propagandísticos que reais".

O partido cita a fórmula aplicada pelo governo para contenção da inflação: o casamento de variação da taxa de juros com as medidas de contenção ao crédito. "O combate à inflação, porém, não implica sacrificar as políticas de desenvolvimento social do governo, que requerem um crescimento do PIB entre 4% e 4,5% este ano", diz a resolução, cujo esqueleto foi elaborado pelo presidente do PT, Rui Falcão.

Dobra crédito do BNDES à micro e pequena empresaO volume de crédito às MPEs (micro e pequenas empresas) brasileiras está em ascensão. O principal sinal é o saldo dos desembolsos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) a esse segmento, que dobrou de 2009 para 2010, pulando de R$ 11,6 bilhões para R$ 23,7 bilhões. Entre as grandes, o aumento chegou a 9,17% (de R$ 112,4 bilhões para R$ 122,7 bilhões). O BNDES é o maior financiador das MPEs.

No cômputo geral do crédito do sistema financeiro, a expansão foi de 11% na faixa dos aportes de até R$ 100 mil – que representa as MPEs – nos últimos 12 meses. O movimento indica fortalecimento dos negócios de pequeno porte, avalia Carlos Alberto dos Santos, diretor técnico do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). Para especialistas, o resultado se deve à combinação da estabilidade monetária com algumas ações do governo federal, como o cartão BNDES, que, em 2010, ampliou o limite máximo de R$ 500 mil para R$ 1 milhão por cartão (cada empresa pode ter um por banco emissor).

Procuradoria faz manual para baratear obra públicaPara combater superfaturamentos em obras públicas e reduzir preços de licitações, o Ministério Público Federal vai recomendar a seus procuradores e a outros órgãos de controle a adoção de novos critérios para a fiscalização de editais e contratos. A estratégia inclui a realização de audiências públicas e a elaboração de um manual com as diretrizes.

Os novos critérios têm como base estudos do INC (Instituto Nacional de Criminalística) da Polícia Federal que apontam que as referências oficiais usadas nos orçamentos das obras públicas permitem que construtoras cobrem valores até 25% maiores que o custo real das obras. O movimento do Ministério Público ocorre ao mesmo tempo em que empreiteiras atuam para jogar para cima os índices de preços oficiais, como revelou reportagem da Folha nesta semana.

Colunista Delúbio prefere Lula, mas fala até sobre Dia do Índio (trecho de artigo de Eliane Cantanhêde na coluna Foco)Condenado por improbidade administrativa em Goiás e réu no processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal, o agora novamente petista Delúbio Soares é "colunista" do jornal "Alô Brasília" e do "Diário da Manhã" de Goiânia, além de manter um blog. Ex-tesoureiro do PT, depois banido, Delúbio escreve sobre um leque de temas: Dia do Índio, terremoto no Japão, viagem da presidente Dilma Rousseff à China, e "herança maldita" dos tucanos.

Sua verdadeira obsessão, porém, é o "estadista Luiz Inácio Lula da Silva", que vetou sua refiliação ao PT no ano passado para não atrapalhar a eleição de Dilma, mas que agora foi decisivo em sua volta. Títulos de colunas: "Uma bomba sobre o Japão fez nascer o Japão da paz", "Dilma é Lula, Lula é Dilma" e "Campei", que ele traduz por "brinde de irmãos chineses".

Sobre "o povo", é épico: "Há uma luta permanente para se libertar nosso povo dos poucos grilhões que ainda o prendem ao passado e ao atraso. É uma luta de vida contra a morte, do amor contra o ódio, da solidariedade contra a mesquinhez, do progresso contra o atraso". Petistas acham que ele só assina os textos. Professor de matemática da rede pública de Goiás, dizem que seu forte não é o português.

O GLOBO
Governo quer evitar que nova classe média volte à pobreza"Galinha dos ovos de ouro", na avaliação do governo, a nova classe média é um dos cinco alvos prioritários da política de longo prazo que está sendo elaborada sob a coordenação do ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), Wellington Moreira Franco, e de seu braço direito, o economista Ricardo Paes de Barros. O órgão quer estudar detalhadamente o grupo, que já representa praticamente metade da população, para sugerir ações que funcionem como uma espécie de trava que garanta a sua nova posição na sociedade. A ideia é impedir a perda de poder aquisitivo dos que ascenderam às classes C e D na última década e o retorno dessa fatia da população à situação de pobreza.

Ao mesmo tempo, esta política seria a garantia de uma base sólida para o crescimento econômico sustentado. Para atingir este objetivo, a SAE deverá propor ações específicas a partir de ferramentas nas áreas de crédito, habitação, inclusão bancária, qualificação profissional e educação. - É preciso estudar mais detalhadamente este grupo de brasileiros, criar uma trava nas políticas social e econômica para que não retornem à situação de pobreza. Queremos definir ações para criar esta trava - disse ao GLOBO Moreira Franco, ao apresentar, pela primeira vez, o plano de trabalho da Subsecretaria de Ações Estratégicas, que está a cargo do economista Paes de Barros.

Após refiliar Delúbio, PT quer financiamento público de campanha para barrar corrupçãoUm dia depois de aceitar a refiliação do ex-tesoureiro Delúbio Soares, pivô do escândalo do mensalão, o Diretório Nacional do PT aprovou, neste sábado, uma resolução sobre reforma política em que defende o financiamento público de campanha, como forma de diminuir a influência do grande capital na política que favorece a corrupção. Delúbio foi expulso do PT em 2005 por causa do episódio. Um dos réus do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), ele é apontado por abastecer o caixa dois do partido.

Código Florestal: relator Aldo Rebelo recua e concorda com mais proteção na margem dos riosÀs vésperas da data marcada para a votação da reforma do Código Florestal, o relator da proposta, Aldo Rebelo (PCdoB- SP), decidiu abrir mão do ponto mais polêmico de seu texto: a redução de 30 para 15 metros do limite mínimo de mata ciliar que deve ser preservada na margem de rios com menos de 5 metros de largura.

Ao GLOBO, o deputado diz que foi convencido de que não há fundamento científico e não haveria outra forma de acordo se não cedesse. Aldo, no entanto, não arredará pé de liberar os donos de propriedades de até quatro módulos fiscais de manter uma reserva legal em suas terras.

Investir em segurança ficou só no discurso de Dilma; Pronasci terá R$ 1 bilhão a menos em 2011Contrariando o discurso de campanha, que alardeou mais participação federal na segurança pública, o governo Dilma Rousseff ainda não tirou do papel suas promessas para a área. Com os cortes orçamentários, os investimentos para o combate ao crime minguaram e projetos amplamente explorados na corrida eleitoral não avançaram após quatro meses de gestão.

Principal meio de colaboração com estados e municípios, o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci) terá menos R$ 1,028 bilhão este ano, o que corresponde a 47% do previsto. Não por acaso, as despesas foram 28,5% menores de janeiro a abril, em comparação com o mesmo período de 2010.

Líbia: ataque da Otan mata filho e netos de KadafiO líder líbio Muamar Kadafi sobreviveu a um ataque que, segundo o governo do país, teria sido cometido pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) na noite de [ontem] em Trípoli, capital do país, com o objetivo de matá-lo. Segundo o porta-voz Moussa Ibrahim, o filho mais novo, Saif al-Arab Kadafi, e três netos do governante, foram mortos na ação. A Otan diz que ataques não tinham Kadafi como alvo.

De acordo com a emissora "CNN", que também cita o porta-voz, Kadafi e sua esposa estavam na mesma casa de Saif al-Arab no momento do ataque, mas nada teriam sofrido. - O líder está bem, assim como sua esposa. Essa foi uma operação direta para assassinar o líder deste país. Isso não é permitido pelas leis internacionais, nem por qualquer código moral ou princípio - disse Ibrahim.

Mais de 200 mil pessoas em Roma por João Paulo IIMais de 200 mil pessoas de todo o mundo fazem vigília em Roma à espera da beatificação do Papa João Paulo II, que acontecerá neste domingo. A expectativa é de que o evento seja o maior já realizado pelo Vaticano desde a morte de Karol Wojtyla, há seis anos. - É quase como se ele estivesse aqui - disse Enzo Arzellino, que viajou durante toda a noite de ônibus do sul da Itália com seu grupo paroquial para ver a beatificação.

Grupos de peregrinos, muitos vindos da Polônia, terra natal do Papa, lotaram a Praça de São Pedro levando bandeiras nacionais e cantando. A praça, onde acontecerá a beatificação, foi enfeitada com retratos de João Paulo II e 27 bandeiras com fotos que mostram um evento em cada ano do seu pontificado.

Cresce número de executivos estrangeiros no BrasilAos olhos dos estrangeiros, o Brasil já é mais do que a terra de samba e pandeiro. Pode ser a terra do emprego para executivos. De um lado, a economia se contrai nos países centrais. Do outro, o Brasil, a despeito de uma inflação alta que ameaça o crescimento sustentável, atrai investimentos, mantém um mercado de trabalho de dar inveja ao clube dos desenvolvidos e vê crescer a renda e o consumo das famílias.
Um cenário que faz com que profissionais qualificados de outros países considerem o Brasil uma opção interessante para a carreira. E deixam empregos nos EUA, na Europa, na distante Austrália para encarar o desafio de trabalhar - e morar - em terras brasileiras.

Tanto que, nas projeções de consultorias especializadas, com base em dados do Ministério do Trabalho, o país recebeu, em média, 30% mais trabalhadores qualificados - ou mais de 15 mil autorizações concedidas a estrangeiros para trabalhar aqui - só nos primeiros três meses de 2011 ante igual período do ano anterior (11.500).

O ESTADO DE S. PAULO
Dossiês levam políticos aos ‘personal arapongas’Acuados pela paranoia do grampo para produção de dossiês que tomou conta do País, políticos e altos dirigentes dos três Poderes passaram a buscar no mercado profissionais com expertise em técnicas de investigação, inteligência e contrainteligência. Em geral, o objetivo é prevenir-se contra a arapongagem, mas em alguns casos é também para bisbilhotar a vida de rivais.

Profissionais da área estimam em mais de 20% o crescimento da procura neste ano. A nova legislatura já nasceu contaminada pelos escândalos envolvendo dossiês nas últimas eleições. "A procura só não é maior porque os políticos optaram por incluir profissionais de inteligência na cota de assessores", disse Edilmar Lima, dono da Central Única Federal dos Detetives do Brasil, uma das empresas do ramo mais requisitadas do País.

Mais da metade dos integrantes do Congresso, segundo Lima, já teria montado alguma estrutura de inteligência. Pelo menos 20 parlamentares requisitam os serviços da empresa. "Estamos no século da insegurança. Na política, todo mundo acha que é investigado e nos contrata para fazer contraespionagem." Vários políticos usam recursos de espionagem para levantar a sujeira dos adversários. Para o detetive, a lógica é a mesma que move vítimas de traição, chantagem e concorrência desleal.

Aliança PSDB-DEM será ‘compulsória’O DEM e o PSDB estudam a formalização de uma "união compulsória" entre os dois partidos já na eleição de 2012. Os planos de fusão entre as duas legendas, que encontram resistência em ambos os lados, serão discutidos apenas depois das disputas municipais no ano que vem. A ideia é "dogmatizar" as alianças municipais entre os dois partidos: nas cidades em que o PSDB for mais forte, o DEM apoiará o candidato a prefeito, assim como os tucanos defenderão as candidaturas dos democratas nos locais onde estes tiverem mais chances de vitória.

"A fusão remete a uma discussão de médio prazo. Neste momento, vamos debater a compulsoriedade (das alianças)", afirmou o senador José Agripino Maia (RN), presidente do DEM. Para ele, a tese da aliança obrigatória deve ser colocada num documento a ser ratificado pelos partidos. "A solução adequada agora é fazer alianças para a disputa pelas prefeituras", disse o líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira, para quem a fusão permitirá aos partidos atuarem mais "nacionalmente". Na semana passada, líderes tucanos trouxeram a público a discussão sobre uma eventual fusão, que já se arrasta nos bastidores desde a eleição de 2010, quando os dois partidos perderam cadeiras no Congresso e viram seu poder de fogo diminuir.

Exército esgota capacidade de atuar como ‘empreiteiro’ em obras federaisA Engenharia do Exército está com sua capacidade de emprego no limite e a Força não tem mais condições de atender a qualquer novo pedido de ajuda do Palácio do Planalto. A "empreiteira" Exército atende preferencialmente a projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e trabalha hoje nas obras de sete aeroportos, três rodovias e na transposição do Rio São Francisco, não tendo mais como ajudar na infraestrutura dos estádios da Copa.

"Toda a nossa capacidade operativa está completamente empenhada", disse ao Estado o chefe interino do Departamento de Engenharia e Construção do Exército, general Joaquim Brandão. "Não tenho reserva", completou, sobre a falta de pessoal e equipamentos. Segundo o general, "se houver alguma emergência ou urgência", o Exército terá de "parar alguma obra para atender à necessidade premente". Os 12 batalhões de Engenharia e Construção e os 12 batalhões de Engenharia de Combate estão envolvidos em 40 projetos, o que dá um total de 50 obras espalhadas pelo Brasil. No total, a engenharia do Exército conta 10 mil homens - 750 permanentemente envolvidos com a missão brasileira no Haiti.

Por causa das atuais limitações, o Exército não pode atender o pedido do Planalto e do governo do Espírito Santo para que a Força se envolvesse com a construção do terminal do aeroporto de Vitória. Há duas semanas, o então presidente em exercício Michel Temer - a presidente Dilma Rousseff estava na China -, chamou o general Brandão a seu gabinete para conversar com o governador capixaba, Renato Casagrande (PSB), e a bancada de parlamentares do Estado. Eles pediram que o Exército assumisse e executasse a obra.

Por todo o País, a farda põe o pé na estradaO general Joaquim Brandão lembra que na última missão recebida, em decorrência das chuvas do início da semana passada em Minas, o Exército deu início, na sexta-feira, à construção de uma passarela sobre o Rio das Velhas, em Sabará, região metropolitana de Belo Horizonte. Utilizada provisoriamente pelos pedestres, ela substitui uma ponte que cedeu no local. A ponte, na altura do km 455 da BR-381, foi interditada na quarta-feira.

No momento, o Exército trabalha na duplicação de quatro trechos da BR 101 - no Rio Grande do Norte, na Paraíba, em Pernambuco e Sergipe. No total, cerca de 1.800 homens de quatro batalhões. Ele atua, ainda, na pavimentação de dois trechos da BR-319, entre Manaus (AM) e Porto Velho (RO) - mais 600 homens. Dois batalhões de engenharia, também com um total de 600 homens, estão ainda na BR-163, a Cuiabá-Santarém, assim como na transposição do Rio São Francisco, fazendo a obra de interligação da bacia do rio com as bacias do Nordeste Setentrional. Outros 1.200 homens participam da revitalização do São Francisco em Pernambuco e na Bahia.

O Exército trabalha também em sete aeroportos - entre eles o de Guarulhos, em São Paulo, nas obras de terraplanagem do terminal de passageiros 3, que ocupa cerca de 400 homens. Nos aeroportos de São Luís, Natal e Rio Branco, sua tarefa é a ampliação de pistas e de pátios, empregando em cada um deles batalhões com cerca de 400 homens cada. Em São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte, um outro batalhão, também com 400 soldados, está construindo a pista do primeiro aeroporto que será entregue à iniciativa privada. No caso dos aeroportos de Vitória e Goiânia, o trabalho ainda está em fase de projetos.

''Esta não é, e não pode ser, a missão central do Exército brasileiro'' (entrevista com Alexandre Fuccille, especialista em questões militares)Doutor em Ciências Sociais pela Unicamp e especialista em questões militares, Alexandre Fuccille diz que não há nada errado no uso do Exército em obras militares. Mas alerta: "O eventual não pode virar rotina". Fuccille atuou no Ministério da Defesa entre 2003 e 2004 e deve lançar em breve o livro Democracia e a Questão Militar.

O que o sr. acha da utilização do Exército em obras civis?Em princípio não há nada errado, mas o que deve ser eventual, adotado em "doses homeopáticas", não pode acabar virando rotina. O Exército tem sido refratário à banalização desse emprego, como ocorre na área de segurança pública.

Por que se chegou a isso? O Exército é obrigado a aceitar?Em pequena escala faz sentido, e permite obter recursos para manter as tropas sem gastar recursos próprios. Ao Poder civil também interessa porque o custo da obra acaba saindo menor do que o cobrado por construtoras. Quanto a ser obrigado, do ponto de vista constitucional, um presidente da República, como comandante em chefe das Forças Armadas, pode autorizar e elas têm de obedecer.

Mas isso não cria uma situação anormal, estranha à vocação do Exército?Corre-se o risco de criar um certo mal-estar entre um comando e seus comandados. Acaba sendo negativo, sim, empregar rotineiramente os batalhões em missões que deviam ser apenas periféricas. Banaliza a missão.

O que diz exatamente a lei?A Lei Complementar 97/99 prevê o emprego em situações como as citadas, vistas como "atribuições subsidiárias". Depois houve aperfeiçoamento com as leis 117/04 e 136/10. Mas, insisto, esta não é e não pode ser a missão central do Exército.

TV digital interativa pode virar obrigatóriaA interatividade da TV digital não pegou. Lembra que você poderia ter serviços parecidos com os da internet na TV aberta? Acessar informações sobre a programação, últimas notícias, condições do trânsito e previsão do tempo, participar de enquetes e jogos, consultar o extrato bancário, pagar contas e até fazer compras, ao alcance do controle remoto? A promessa não se cumpriu. Existem aplicativos no ar, mas pouca gente vê. O sistema nipo-brasileiro estreou em dezembro de 2007, mas a norma do software de interatividade Ginga só foi definida no ano passado. Os televisores que vêm com ele ainda são minoria. As empresas de software defendem que o governo torne obrigatória a inclusão do Ginga nos aparelhos.

O governo ainda estuda a medida. Segundo o Ministério das Comunicações, o assunto precisa ser discutido com outras pastas, como o Ministério do Desenvolvimento. A adoção dos televisores que recebem o sinal de TV digital só decolou depois que o governo vinculou a integração do receptor de sinais digitais aos benefícios tributários da Zona Franca de Manaus. "Há quatro anos, o governo escolheu o sistema japonês para a TV digital, com algumas inovações brasileiras", disse Laércio Cosentino, presidente da Totvs, maior empresa brasileira de software. "A principal é o Ginga. Está na hora de colocar isso em prática." A Totvs investiu mais de R$ 25 milhões no desenvolvimento de software para TV digital interativa, e tem 150 pessoas trabalhando nessa área.

O Ginga é a única tecnologia genuinamente brasileira do chamado padrão nipo-brasileiro. Houve outras mudanças em relação à tecnologia japonesa, como a atualização do sistema de compressão de vídeo, mas a troca foi entre padrões internacionais. O Ginga, por outro lado, foi realmente criado aqui, na Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro e na Universidade Federal da Paraíba. O temor da indústria de software é de que, com a demora, o momento da TV aberta interativa acabe passando. Os fabricantes investem cada vez mais em soluções de TV conectada, em que oferecem aplicativos de parceiros, com conteúdo baixado da internet.

Ex-tesoureiros de Yeda e do PMDB são réus no caso BanrisulO MP-RS diz que Bordini, que foi vice-presidente e diretor de marketing do Banrisul entre 2007 e 2010, "recebia parte dos valores desviados e beneficiava-se do esquema". Ainda segundo a promotoria, Rospide "valeu-se da sua condição de ex-assessor da presidência do Banrisul, na gestão do ex-presidente Fernando Guerreiro de Lemos", entre 2003 e 2006, "bem como de seus contatos políticos, para estabelecer e manter o esquema de desvios e apropriação de recursos do Banrisul, primordialmente por meio do pagamento de ações de marketing superfaturadas".

Bordini e Rospide mostraram-se surpresos com a acusação. "Das milhares de ligações telefônicas que a operação ouviu nenhuma é minha", ressalta Bordini, mostrando-se convicto de que foram feitas ilações que poderá desmentir no processo. Rospide alega que ainda não foi intimado para não entrar em detalhes do caso. "Não tenho nada a ver com isso", garante.

Em clima de exaltação, Bento XVI proclama João Paulo II beatoBento XVI proclamou neste domingo, 1, beato seu antecessor, João Paulo II (1920-2005), em uma cerimônia na praça de São Pedro do Vaticano. Mais de um milhão de pessoas, de todo o mundo, estão no local, acompanhando com exaltação. É a primeira vez que um papa beatifica seu antecessor. A beatificação foi proclamada por Bento XVI às 10h38 locais (5h38 em Brasília), enquanto os presentes à praça de São Pedro e às ruas e praças adjacentes romperam em aplausos que duraram vários minutos, enquanto soava uma música sacra.

Os organizadores precisaram pedir recolhimento da multidão. O papa Bento XVI chegou ao local no papamóvel, precedido de dezenas de cardeais. Ao chegar, foi aplaudido pelos presentes. Entre os cardeais pesentes em Roma está Mieczslaw Mokrzycki, que foi secretário de João Paulo II. Na cerimônia, Bento XVI utilizou o mesmo cálice que o antecessor usou durante seus últimos anos. Ele vestiu uma estola e uma mitra que pertenceram a João Paulo II. Na fachada principal da basílica de São Pedro foi exposto um retrato de tamanho gigante do novo beato, no qual se vê Karol Wojtyla sorrindo com a estola vermelha, em uma foto de 1995.