O Estado de S. Paulo
Gravação indica compra de apoio político por Perillo
Gravações inéditas em poder do Supremo Tribunal Federal (STF) indicam que o vice-presidente do Senado, Marconi Perillo (PSDB-GO), montou esquema de compra de apoio político para garantir sua eleição, em 2006. Os diálogos, aos quais o Estado teve acesso, foram gravados pela Polícia Federal com autorização da Justiça. Perillo, que antes da campanha havia deixado o cargo de governador de Goiás, é alvo de inquérito no STF para apurar suposto caixa 2 e suspeitas de uso da máquina pública durante a eleição. Nos relatórios, investigadores afirmam que os diálogos "demonstram a movimentação do alvo (Perillo) para obter dinheiro, visando o pagamento de dívidas de campanha e compra de apoio político". A lista dos que teriam garantido apoio ao tucano em troca de dinheiro inclui vereadores e deputados federais e estaduais de Goiás. As conversas sobre pendências financeiras prosseguiram após a eleição. De acordo com a investigação, o senador teve de recorrer a empréstimos para cumprir as promessas. Passado o pleito, telefonemas para cobrar pagamentos eram frequentes. Num deles, Francisco Sobrinho de Oliveira, que perdera a disputa por uma cadeira de deputado federal pelo PSDB, reclama dizendo que estava endividado.
OUTRO LADO
Ao Estado, Perillo disse ter resposta para todas as suspeitas lançadas pela PF e chanceladas pela Procuradoria Geral da República, que já ajuizou denúncia contra ele no STF. "Minha defesa está 95% pronta e no momento apropriado a apresentaremos", afirmou. O senador diz que as conversas com políticos sobre dinheiro referem-se a doações legais. "Pedi a empresas doações para vários candidatos, algumas viabilizaram, outras não, e por isso que eles ligavam cobrando". Ele nega o uso da máquina. "Se usei aviões do Estado depois que deixei o governo, foi a convite do governador."
Lula garante verba para obras federais sob suspeita
Para não correr risco de ver obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) paralisadas em ano eleitoral, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva retirou quatro empreendimentos da Petrobrás da lista de projetos com indícios de irregularidades do Orçamento de 2010. Lula sancionou ontem o Orçamento de 2010 com apenas dois vetos. Um tratava justamente da retirada das quatro obras da Petrobrás - das quais duas incluídas no PAC - da lista de irregularidades apontadas por auditorias do Tribunal de Contas da União (TCU). Se continuassem na relação, as obras, na interpretação do governo, poderiam ser interrompidas, pois estariam impedidas de receber recursos orçamentários este ano.
Oposição vê objetivo 'eleitoreiro'
Os partidos da oposição acusaram ontem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de manipular o Orçamento da União de 2010 com fins eleitorais. Parlamentares do DEM e do PSDB afirmaram que a exclusão de investimentos da Petrobrás da "lista negra" de obras irregulares do Tribunal de Contas da União (TCU), proibidas de receber dinheiro do orçamento, visa favorecer a candidatura presidencial da ministra-chefe da Casa Civil, a petista Dilma Rousseff. Para o deputado Gustavo Fruet (PDSB-PR), a decisão do presidente Lula é uma espécie de aval para que os demais candidatos e seus patronos sigam o seu exemplo. "Será uma campanha próxima do vale-tudo", resume Fruet.
'Foi justo o veto. O prejuízo seria de bilhões de investimentos'
Horas antes de ser escolhido novo líder do governo, o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP) defendeu o veto do presidente Lula ao pedido de exclusão do Orçamento de obras da Petrobrás que foram impugnadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU). "Foi justo o veto, já que se trata de quatro obras que, caso não fossem adiante, o prejuízo seria de bilhões de investimentos", argumentou em entrevista ao Estado, dizendo esperar que a oposição "entenda".
Temer dá sinal de força no PMDB
Em resposta à articulação de setores do PT contra a escolha do presidente da Câmara, Michel Temer (SP), para vice na chapa presidencial petista, a Executiva Nacional do PMDB saiu ontem em defesa de seu comandante, marcando data para reelegê-lo na presidência do partido. A convenção nacional destinada a escolher a nova Executiva presidida será realizada em 6 de fevereiro, exatos 12 dias antes da reunião do PT para sacramentar a candidatura da ministra Dilma Rousseff.
'Vice não agrega votos', diz Dutra
O governo e a cúpula do PT tentaram ontem abafar a crise com o PMDB. Ministros e dirigentes petistas passaram a dirigir afagos ao deputado Michel Temer. "Quem vai definir o vice é o PMDB e o PT não vai dar palpite", afirmou o presidente do PT, José Eduardo Dutra. Questionado sobre comentários de que Temer não agrega apoio, Dutra tentou consertar as declarações dos companheiros. "O critério para a indicação do vice não é agregar voto, mas, sim, dar liga política. O bom vice é o que mantém bom relacionamento com o titular", comentou.
Serra diz que falta tempo para inaugurar suas obras
A pouco mais de dois meses do prazo para deixar o governo caso seja candidato à Presidência da República, o governador de São Paulo, José Serra, disse ontem que falta tempo em sua agenda para inaugurar todas as obras de sua gestão. A declaração foi feita durante a inauguração de uma escola técnica na capital e logo depois de Serra criticar indiretamente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Tem gente que inaugura pedra fundamental. Aqui nós não conseguimos inaugurar nem as novas escolas técnicas", afirmou. "O Centro Paula Souza é uma autarquia do Estado na área do ensino técnico e tecnológico que faz muito. Aliás faz tanto que a gente não consegue inaugurar", repetiu.
Divisão de lucros é proposta de Mangabeira
É herança do ex-ministro Roberto Mangabeira Unger, que ocupou a Secretária de Assuntos Estratégicos, o projeto de lei que obriga a distribuição de 5% dos lucros das empresas aos empregados. Unger discutiu a medida num círculo fechado de intelectuais e só deu conhecimento do seu conteúdo a um grupo de entidades sindicais favoráveis à medida. O projeto tem nove artigos e integra um documento de 67 páginas, chamado Reconstrução das Relações Capital -Trabalho, que ele produziu na sua tumultuada passagem pelo governo, do qual se desligou no ano passado. Entre as entidades que Mangabeira diz ter consultado estão a CUT, Força Sindical, UGT, CGTB, NCST e CTB. Nenhuma entidade empresarial está relacionada, embora algumas federações comerciais tenham se manifestado a favor da medida. Sem chance de ver o projeto aprovado, por falta de condições políticas no Congresso, como apurou o Estado, Mangabeira passou a paternidade para o Ministério do Trabalho.
Vannuchi diz que há defesa da volta dos DOI-Codis
O secretário especial de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, comparou ontem críticas ao 3º Programa Nacional de Direitos Humanos à defesa da volta dos DOI-Codis, órgãos de repressão do período mais fechado da ditadura 1964-1985, nos quais ocorreram assassinatos, desaparecimentos e tortura de opositores ao regime. Segundo ele, em artigo na imprensa, um jurista, que não identificou, para atacar o PNDH-3 e o próprio Vannuchi, lembrou uma resenha em que crítico literário Agripino Grieco, ao se referir a uma obra de poesia, recomendava que se queimasse o livro e, se seu autor insistisse em escrever, que o queimassem também. Para ele, a frase mostrou uma disposição pró-ditadura, que criticou, durante participação na oficina Trabalho escravo: o quanto já caminhamos e o que falta fazer?, incorporada ao Fórum Social Mundial.
Irmã de Daniel Dantas é indiciada por corrupção ativa
No mesmo dia em que o Superior Tribunal de Justiça (STJ) suspendeu liminarmente a Operação Satiagraha, a Polícia Federal indiciou por corrupção ativa a empresária Verônica Dantas, irmã do banqueiro Daniel Dantas, do Grupo Opportunity. A PF atribui a Verônica suposto envolvimento na tentativa de suborno do delegado Vitor Hugo Rodrigues Alves, a quem Dantas teria mandado oferecer US$ 1 milhão em troca do arquivamento da Satiagraha ? inquérito sobre evasão e lavagem de dinheiro.
Indiciamento é ilegal, diz defesa
"Nunca houve a prática de corrupção, muito menos qualquer participação de Verônica Dantas nos fatos apurados", reagiu o advogado Juliano Breda. Ele ressalta que Verônica "não conhece e jamais se encontrou ou conversou com o delegado da PF Vitor Hugo ou com qualquer outra autoridade envolvida na investigação". Breda classifica de "ilegal e injustificado" o indiciamento. O advogado aponta "arbitrariedade"e violação ao Código de Processo Penal porque Verônica não foi ouvida. "A defesa tentou por várias vezes agendar sua oitiva e foi surpreendida com a conclusão precipitada do inquérito." Para Breda, "uma investigação imparcial demonstraria a inexistência do crime de corrupção e, consequentemente, de qualquer ligação de Verônica com esses fatos".
O Globo
Lula atropela o TCU e libera verba de obras suspensas
Ao sancionar o Orçamento da União para 2010, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva liberou quatro obras da Petrobras que constavam da lista com indícios de irregularidades graves, e que estavam com repasses e convênios suspensos até a correção das falhas. Contrariando relatório do Tribunal de Contas da União (TCU), que listou as irregularidades e foi aprovado na votação final do Orçamento, Lula vetou a inclusão dessas obras no anexo especial do Orçamento destinado a empreendimentos com problemas. Os vetos geraram protestos da oposição, que ameaça começar o ano legislativo, a partir de 2 de fevereiro, em obstrução. Segundo técnicos da Comissão de Orçamento do Congresso, é a primeira vez que a lei orçamentária sofre esse tipo de veto.
Presidente provoca adversários
Ao inaugurar ontem em Recife uma unidade de pronto atendimento (UPA), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva provocou adversários e disse que muitos políticos deveriam ter carimbo com “prazo de vencimento na testa” porque têm “cabeça atrasada e maldade”: —Este estado não tem direito de retroceder nem voltar ao passado danoso e mesquinho. Este estado aprendeu a andar para frente — afirmou Lula, elogiando o governador aliado Eduardo Campos (PSB) e criticando o seu antecessor no cargo, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB), porém sem citá-lo: — E olha que eu dei muito mais dinheiro para o meu adversário, quando ele governava Pernambuco, do que o presidente que era aliado dele (Fernando Henrique Cardoso).
Governo e TCU: uma relação conflituosa
Ao longo de 2009, a insatisfação do governo federal com as fiscalizações e auditorias do Tribunal de Contas da União (TCU), que identificaram irregularidades em obras federais, foi verbalizada pelo presidente Lula e pelos ministros. O ponto central da discórdia é a fiscalização dos auditores em obras, principalmente as do PAC, que correm o risco de ser paralisadas devido às irregularidades. O conflito ficou mais acirrado no fim do ano, quando o Ministério do Planejamento pôs em discussão uma proposta de reforma na Lei Orgânica da Administração Pública.
Vamos encontrar quem não pôde ver o filme'
ENTREVISTA
Luiz Carlos Barreto
ENTREVISTA
Luiz Carlos Barreto
Se os espectadores não vão — ao menos como se esperava — até o filme, então que o filme vá até os espectadores. Desde sua estreia, em 1ode janeiro, o longa-metragem “Lula, o filho do Brasil”, de Fábio Barreto, atraiu cerca de 800 mil pessoas ao cinema. O público é bem acima da média nacional (em 2009, apenas quatro produções tiveram desempenho superior), mas abaixo das altas expectativas dos produtores que chegaram a falar em 20 milhões de espectadores. Para reverter a situação, o produtor Luiz Carlos Barreto explica que vai criar uma espécie de caravana que vai percorrer as cidades brasileiras sem salas de cinema exibindo “Lula”.
Lurian protesta contra crítica do 'NYT'
A seção de cartas do jornal “The New York Times” publicou na terça-feira uma nota de protesto assinada por Lurian Lula da Silva, filha do presidente Lula. Trata-se de um comentário sobre o filme “Lula, o filho do Brasil”, de Fábio Barreto, que foi tema de reportagem do jornal, no dia 11 de janeiro. Lurian protesta contra o trecho em que o filme é criticado por “esquecer-se de mencionar que Lula abandonou sua namorada, Miriam Cordeiro, quando ela estava grávida de seis meses”. Lurian diz que isso não é verdade. “Minha mãe nunca foi ‘abandonada’.
Novo texto da Lei Rouanet permite doações internacionais para fundo
O governo envia hoje ao Congresso o projeto de lei que cria o Programa Nacional de Fomento e Incentivo à Cultura (Procultura) e muda as regras da legislação vigente, a Lei Rouanet. A nova lei, se aprovada, pretende diversificar as formas de captação e repasse de dinheiro para projetos que hoje não têm chance de recebêlo. O texto foi muito modificado desde que entrou em consulta pública, em meados do ano passado. O projeto não previa, por exemplo, regras para o funcionamento do Fundo Nacional da Cultura (FNC), que passa a ser a principal fonte de apoio aos projetos culturais.
PMDB retarda escolha de vice
Com a forte reação do Palácio do Planalto à indicação do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), para ser o vice na chapa presidencial encabeçada pela chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, a cúpula do PMDB decidiu mudar de estratégia e retardar a definição do nome. O partido já identificou um forte movimento petista de queimar o nome de Temer nos bastidores. Por isso, em reunião que ocorreu ontem, a Executiva Nacional do PMDB decidiu por unanimidade antecipar a convenção nacional de março para 6 de fevereiro, para reeleger Temer como presidente da legenda e fortalecer a sua posição. — O PMDB não vai priorizar a vice agora, só em junho. Mas o Temer é o nosso nome. Não há divergência — afirmou o líder do PMDB, senador Renan Calheiros (AL).
Impasse adia eleição na Câmara do DF de novo
A guerra entre a oposição e a tropa de choque do governador José Roberto Arruda (ex-DEM) adiou mais uma vez a eleição do novo presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal. Prevista para ontem, a escolha do sucessor de Leonardo Prudente (ex-DEM), o deputado da meia, só deve ocorrer na próxima terça-feira. O impasse na disputa pelo cargo, hoje nas mãos do oposicionista Cabo Patrício (PT), deve atrasar ainda mais a abertura dos processos de impeachment contra Arruda. Com ampla maioria, os governistas têm pressa para retomar o comando da Câmara e ditar o ritmo da CPI que vai investigar o mensalão do DEM. Eles também querem travar os processos que podem levar à cassação de Arruda e de deputados flagrados recebendo dinheiro de suposta propina na Operação Caixa de Pandora da Polícia Federal.
Vannuchi: governo deve recuar sobre aborto
O ministro da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, admitiu ontem que houve erros na elaboração do Programa Nacional de Direitos Humanos 3, e que o governo deve voltar atrás em mais um ponto: a defesa da descriminalização do aborto. A redação do trecho deve mudar, para retirar pontos de vista que correspondem à opinião do movimento feminista, e não do presidente Lula. De acordo com o ministro, os recuos são saudáveis na democracia.
— A maneira como o aborto está colocada deve ser reformulada. Ela responde a um ponto de vista das mulheres. Essa é uma bandeira feminista.
No FSM baiano, baixa expectativa de público
Os organizadores do Fórum Social Mundial, edição Bahia, que começa amanhã, em Salvador, esperavam 50 mil participantes. Mas, até ontem, essa expectativa estava muito longe de ser atingida: só havia nove mil credenciados. Dos 15 presidentes da América Latina e cinco da África convidados, só Hugo Chávez, da Venezuela, havia confirmado presença. Evo Morales, da Bolívia, pode aparecer. O comitê organizador é composto por centrais sindicais, movimentos organizados como a Via Campesina e entidades representantes da cultura negra.
Folha de S. Paulo
Lula ignora TCU e dá verba para obras sob suspeita
Veto do presidente Lula à lei orçamentária libera pagamentos de R$ 13,1 bilhões a quatro obras da Petrobras com irregularidades "graves" apontadas pelo TCU (Tribunal de Contas da União), como preços superiores aos de mercado, falta de detalhamento nos gastos e falhas nos projetos.
Veto do presidente Lula à lei orçamentária libera pagamentos de R$ 13,1 bilhões a quatro obras da Petrobras com irregularidades "graves" apontadas pelo TCU (Tribunal de Contas da União), como preços superiores aos de mercado, falta de detalhamento nos gastos e falhas nos projetos.
PSB resiste à pressão de Lula e quer adiar decisão sobre Ciro
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrou ontem numa delicada negociação: equilibrar os interesses do PSB -um partido que sempre esteve ao seu lado ao longo dos anos- com a pressão do PT pela decisão imediata de Ciro Gomes sobre a disputa pelo governo do Estado de São Paulo. Lula tinha agendado um jantar ontem, em Recife, com o presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, que também é governador de Pernambuco. O petista acha que o melhor cenário para a eleição presidencial de outubro é ter todos os partidos governistas unidos em torno da candidatura de Dilma Rousseff. E Lula insiste na eleição plebiscitária entre Dilma e José Serra (PSDB).
Apoio do PC do B a Dilma enfraquece Ciro
Alvo de boicote do PT, a candidatura do deputado Ciro Gomes (PSB-CE) à Presidência deverá sofrer novo abalo na semana que vem. Suporte de Ciro dentro do já desfalcado bloquinho, o PC do B vai informar ao comando do PSB a disposição de apoiar a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) na corrida presidencial. "Não há dúvida de que estaremos com o projeto Lula. E esse projeto tem um nome: Dilma", disse o líder do PC do B na Câmara, Daniel Almeida (BA). O PC do B dará sinais dessa opção já nos dias 6 e 7 de fevereiro, quando, reunido em São Paulo, o seu comitê central pregará candidatura única no campo governista, e sob patrocínio do presidente Lula.
Lula decide que Vaccarezza será líder do governo
O deputado federal Cândido Vaccarezza (PT-SP) assumirá na próxima semana a liderança do governo na Câmara no lugar de Henrique Fontana (PT-RS), no posto desde o final de 2007. O presidente Lula se reuniu ontem, na Base Aérea de Brasília, com os dois para divulgar a substituição antes de embarcar para Recife e Suíça, onde participará do Fórum Econômico Mundial.
Lula deve intervir em Estados para fechar aliança PT-PMDB
O presidente Lula e a pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, serão chamados no início de março para intervir nos Estados em que o partido não conseguir fechar acordo com o PMDB. A primeira interferência deve ser em Minas Gerais, onde o ministro Hélio Costa, do PMDB, disputa com os petistas Patrus Ananias e Fernando Pimentel a candidatura a governador.
Após discussão, Câmara do DF adia eleição de novo presidente
Com eleição marcada para ontem, a escolha do novo presidente da Câmara Legislativa do DF foi adiada após uma troca de acusações entre deputados da oposição e aliados do governador José Roberto Arruda (ex-DEM). O presidente interino da Casa, deputado Cabo Patrício (PT), remarcou a eleição para a próxima terça-feira -prazo limite para que deixe o cargo. Ele alegou que a decisão era de "foro íntimo". A confusão ontem começou quando Patrício, ao abrir a sessão, comentou uma nota divulgada no "Blog do Noblat". O texto dizia que existe proposta de R$ 4 milhões a deputados que votarem pela absolvição de Arruda nos processos de impeachment.
Correio Braziliense
Desembargador do DF trabalha pouco
Enquanto os juízes de primeiro grau estão sobrecarregados, os desembargadores vivem uma situação confortável no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT). Recebem menos processos e julgam abaixo da média do País. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) concluiu que a segunda instância do Judiciário local tem um “desempenho insatisfatório” e um “índice de produtividade baixo”. A avaliação unânime de 10 dos 15 conselheiros — cinco estavam ausentes — implicou, terça-feira passada, rejeição de forma contundente da proposta de aumento do número de desembargadores do TJDFT de 35 para 40. O Tribunal está na berlinda diate do CNJ que cobra melhoria dos procedimentos no trabalho dos magistrados.
Um apelo atendido
Ao sancionar o Orçamento deste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva peitou o Tribunal de Contas da União (TCU) para liberar o andamento de obras com suspeita de irregularidades. Para dividir o ônus de uma decisão polêmica, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse que o presidente atendeu ao apelo de governadores, trabalhadores e empresários. “O presidente acatou um pedido, um apelo feito pelos governadores dos estados, pelos representantes dos trabalhadores do setor de petróleo, pelos empresários das indústrias de base e pelos próprios comitês de obras irregulares da Câmara, que é quem analisa esse tema no âmbito da Comissão Mista de Orçamento”, disse o ministro.
Oposição critica presidente
A oposição reagiu à decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de garantir a continuidade de quatro obras com indícios de irregularidades graves, de acordo com auditorias do Tribunal de Contas da União (TCU). Para parlamentares do DEM e do PSDB, a manutenção de construções com suspeitas de superfaturamento e ausência de licença ambiental, por exemplo, tem caráter eleitoreiro. “O governo não quer paralisação de obras em ano de eleição. Essas obras movimentam bilhões e essa movimentação de dinheiro durante a campanha gera muito interesse”, disse o líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (AM).
Nova cantada a Ciro
Sabendo que o PSB vai esticar a corda na negociação para a retirada do deputado Ciro Gomes (PSB-CE) da disputa presidencial, o PT desenha uma saída honrosa para o parlamentar. A ideia é formar uma coordenação de campanha estrelada para a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e ter Ciro Gomes (PSB-CE) como um dos expoentes. A estratégia da campanha seria dividida entre o ex-ministro de Lula e o deputado federal Antônio Palocci, numa forma de compensá-lo pela desistência da corrida ao Planalto. A oferta, que ainda não foi oficializada, evitaria forçar Ciro a concorrer ao governo de São Paulo. A disputa paulista era o desejo inicial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas já foi rejeitada pelo parlamentar do Ceará.
Armistício entre PT e PMDB
Para não melindrar o noivo, o PT estendeu ontem o tapete vermelho para a cúpula do PMDB e manteve viva a pretensão do presidente da Câmara, Michel Temer (SP), de se tornar candidato a vice na chapa da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Em encontros ao longo do dia, dirigentes petistas reafirmaram aos peemedebistas que caberá a eles a definição da vaga. O movimento tenta acabar com o mal-estar reforçado no último fim de semana pelo ex-ministro José Dirceu que, durante reunião da principal corrente do PT em São Roque (SP), defendeu que o PMDB apresente uma lista tríplice(1) com pretensos nomes ao cargo.
Instituto do PT sob suspeita
A Justiça determinou a quebra dos sigilos bancário, financeiro e fiscal do Instituto Florestan Fernandes. A fundação é investigada pelo Ministério Público pelo suposto desvio de R$ 12,8 milhões do Tesouro Municipal de São Paulo, durante a gestão de Marta Suplicy (PT). Ontem, os desembargadores Antonio Carlos Malheiros e Paulo Magalhães da Costa Coelho, da 3ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), votaram pela abertura de dados do instituto. Entretanto, discordaram sobre o período da quebra dos sigilos.
O adesivo que fisgou Tião Viana
O Ministério Público Eleitoral do Acre acionou o senador Tião Viana (PT-AC) e o prefeito de Jordão (AC), Hilário de Holanda Melo (PT), por suposto crime de propaganda eleitoral antecipada. A causa é a exposição de um adesivo com o nome do senador em um carro doado pela Polícia Federal e transformado em ambulância pela prefeitura. O veículo circulou pelas ruas de Jordão e Tarauaca com os dizeres “Apoio: Sen. Tião Viana”. O senador confirmou ao Correio que intermediou com a PF a doação do carro, mas afirmou que a iniciativa de colocar o adesivo partiu do prefeito. Acrescentou que apresentará a defesa na Justiça Eleitoral quando for interpelado. Os acusados estão sujeitos a multa de R$ 25 mil.
Oposição ainda sonha com chapa puro-sangue
Dirigentes da cúpula dos dois principais aliados do PSDB na campanha presidencial voltaram ontem a defender o nome do governador de Minas Gerais, o tucano Aécio Neves, como vice na candidatura de José Serra (PSDB) à Presidência da República. O deputado federal Antônio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA) e o presidente nacional do PPS, ex-senador Roberto Freire (PE), estiveram com o governador mineiro para discutir a estratégia política da oposição para este ano. Apesar da negativa de Aécio em ser vice, ACM Neto e Freire voltaram a afirmar que ele seria o melhor nome para compor a chapa que tentará derrotar a candidata do presidente Lula, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT).
Dirigentes da cúpula dos dois principais aliados do PSDB na campanha presidencial voltaram ontem a defender o nome do governador de Minas Gerais, o tucano Aécio Neves, como vice na candidatura de José Serra (PSDB) à Presidência da República. O deputado federal Antônio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA) e o presidente nacional do PPS, ex-senador Roberto Freire (PE), estiveram com o governador mineiro para discutir a estratégia política da oposição para este ano. Apesar da negativa de Aécio em ser vice, ACM Neto e Freire voltaram a afirmar que ele seria o melhor nome para compor a chapa que tentará derrotar a candidata do presidente Lula, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT).