23/02/2010 - 06h20
A arquitetura do golpe da creche, em detalhes
Famílias de áreas pobres do Entorno como esta eram assediadas em troca de "benefícios sociais" |
O “golpe da creche” é uma fraude complexa com diversos ramos de atuação. Até agora, a Polícia Legislativa só identificou dois supostos líderes do crime, Francisco José Feijão de Araújo e sua esposa Abigail Pereira da Silva, ambos secretários parlamentares demitidos após a descoberta do escândalo. Apesar de envolver os gabinetes de Sandro Mabel (PR-GO), Raymundo Veloso (PMDB-BA) e Ênio Tatico (PTB-GO), não se comprovou até agora a participação dos deputados no esquema. Entenda as quatro formas usadas pelos supostos criminosos para executar a tramóia.
Golpe um: funcionários laranjas
1) Os golpistas procuram famílias carentes nas cidades do Entorno de Brasília. Oferecem uma espécie de benefício de renda mínima para cada filho, uma espécie de Bolsa-família.
2) Os golpistas pegam os documentos pessoais de um membro da família e de todos os filhos. Fazem a pessoa assinar diversos papéis, inclusive levando-a a agências bancárias na Câmara
3) Com os documentos e os papéis assinados, os golpistas incluem a pessoa na folha de pagamentos da Câmara, como secretário parlamentar de algum deputado. Ainda é um mistério como eles assinam o ato de nomeação, que é uma prerrogativa do deputado. Também não foram confirmadas falsificações de assinaturas dos parlamentares
4) Os golpistas ficam com o cartão do banco do novo “servidor” do gabinete.
5) Em uma escola particular, a quadrilha faz a matrícula dos filhos do novo funcionário, para que ele receba o auxílio-creche da Câmara, o Programa de Assistência Pré-escolar (PAE), que pode chegar a R$ 647,77. Para isso, contam com a colaboração de empregados e diretores da escola.
6) Em alguns casos, a quadrilha pede que a pessoa assine uma declaração de endereço de Formosa (GO). Assim, o novo funcionário terá direito ao um vale-transporte de R$ 480 aproximadamente.
7) Concluída a farsa, todos os meses, a quadrilha envia à família um valor próximo de R$ 100 por criança.
8) Enquanto a família se satisfaz com o “benefício social”, a quadrilha fica com o seu salário e com o dinheiro do PAE e do vale-transporte.
1) Os golpistas procuram famílias carentes nas cidades do Entorno de Brasília. Oferecem uma espécie de benefício de renda mínima para cada filho, uma espécie de Bolsa-família.
2) Os golpistas pegam os documentos pessoais de um membro da família e de todos os filhos. Fazem a pessoa assinar diversos papéis, inclusive levando-a a agências bancárias na Câmara
3) Com os documentos e os papéis assinados, os golpistas incluem a pessoa na folha de pagamentos da Câmara, como secretário parlamentar de algum deputado. Ainda é um mistério como eles assinam o ato de nomeação, que é uma prerrogativa do deputado. Também não foram confirmadas falsificações de assinaturas dos parlamentares
4) Os golpistas ficam com o cartão do banco do novo “servidor” do gabinete.
5) Em uma escola particular, a quadrilha faz a matrícula dos filhos do novo funcionário, para que ele receba o auxílio-creche da Câmara, o Programa de Assistência Pré-escolar (PAE), que pode chegar a R$ 647,77. Para isso, contam com a colaboração de empregados e diretores da escola.
6) Em alguns casos, a quadrilha pede que a pessoa assine uma declaração de endereço de Formosa (GO). Assim, o novo funcionário terá direito ao um vale-transporte de R$ 480 aproximadamente.
7) Concluída a farsa, todos os meses, a quadrilha envia à família um valor próximo de R$ 100 por criança.
8) Enquanto a família se satisfaz com o “benefício social”, a quadrilha fica com o seu salário e com o dinheiro do PAE e do vale-transporte.
Golpe dois: fantasmas
1) A quadrilha oferece uma vaga de funcionário fantasma da Câmara a uma pessoa. Pelo acordo, a pessoa vai ficar com uma pequena parte do salário e os golpistas com todo o restante
2) Para isso, a pessoa cede documentos pessoais e dos filhos e assina papéis para a quadrilha.
3) Da mesma forma, os golpistas fazem os trâmites burocráticos na Câmara e nas escolas particulares
4) A pessoa cooptada recebe o dinheiro combinado. A quadrilha fica com o restante do salário e com o auxílio-creche e o vale-transporte do funcionário fantasma.
1) A quadrilha oferece uma vaga de funcionário fantasma da Câmara a uma pessoa. Pelo acordo, a pessoa vai ficar com uma pequena parte do salário e os golpistas com todo o restante
2) Para isso, a pessoa cede documentos pessoais e dos filhos e assina papéis para a quadrilha.
3) Da mesma forma, os golpistas fazem os trâmites burocráticos na Câmara e nas escolas particulares
4) A pessoa cooptada recebe o dinheiro combinado. A quadrilha fica com o restante do salário e com o auxílio-creche e o vale-transporte do funcionário fantasma.
Golpe três: o super PAE dos servidores
1) Um funcionário que realmente trabalha no gabinete e realmente possui filhos menores de 5 anos solicita o benefício do Programa de Assistência Pré-escolar (PAE). Para conseguir um reembolso maior, ele faz um acordo com a escola particular.
2) O pai do aluno pede à direção que faça um recibo superfaturado para ele apresentar à Câmara dos Deputados.
3) Os recebos são levados à Câmara. Concluída a fraude, o pai do aluno recebe o reembolso a mais. O dinheiro é creditado diretamente na conta do servidor.
4) Em troca, o diretor ou funcionário da escola fica com uma parte do dinheiro recebido a maior.
1) Um funcionário que realmente trabalha no gabinete e realmente possui filhos menores de 5 anos solicita o benefício do Programa de Assistência Pré-escolar (PAE). Para conseguir um reembolso maior, ele faz um acordo com a escola particular.
2) O pai do aluno pede à direção que faça um recibo superfaturado para ele apresentar à Câmara dos Deputados.
3) Os recebos são levados à Câmara. Concluída a fraude, o pai do aluno recebe o reembolso a mais. O dinheiro é creditado diretamente na conta do servidor.
4) Em troca, o diretor ou funcionário da escola fica com uma parte do dinheiro recebido a maior.
Golpe quatro: vale-transporte formoso e polpudo
1) Um funcionário que realmente trabalha no gabinete solicita o benefício do vale-transporte. Morando em Brasília, ele terá direito a R$ 80 aproximadamente. Em Formosa (GO), cidade do entorno da capital a 80 quilômetros da Câmara, o benefício é de R$ 480.
2) O funcionário obtém uma declaração falsa de um suposto locatário de imóvel em Formosa. Outra maneira é obter um comprovante de endereço falsificado.
3) Os documentos são levados à Câmara no ato de inscrição para o vale-transporte
4) Concluída a fraude, o funcionário passa a recebe o vale-transporte mais alto pago pela Casa. O dinheiro é creditado diretamente na conta do servidor.
1) Um funcionário que realmente trabalha no gabinete solicita o benefício do vale-transporte. Morando em Brasília, ele terá direito a R$ 80 aproximadamente. Em Formosa (GO), cidade do entorno da capital a 80 quilômetros da Câmara, o benefício é de R$ 480.
2) O funcionário obtém uma declaração falsa de um suposto locatário de imóvel em Formosa. Outra maneira é obter um comprovante de endereço falsificado.
3) Os documentos são levados à Câmara no ato de inscrição para o vale-transporte
4) Concluída a fraude, o funcionário passa a recebe o vale-transporte mais alto pago pela Casa. O dinheiro é creditado diretamente na conta do servidor.